Os romanos introduzírom o cristianismo, impusérom o latim, e chamárom "Gallaecia", por ser a terra dos gallaeci (galaicos), ao território peninsular que hoje abrange Galiza, norte de Portugal, Astúrias e parte de Leom. Dividindo-o administrativamente em três "conventus" legais: Lucus Augusti , Bracara Augusta e Asturica Augusta, com suas três capitais em Lugo, Braga e Astorga, respectivamente.

Embora nom fosse fácil para os romanos conquistarem o território (lendas como a do rio Limia, onde disseram que perderam a memória ao atravessá-lo, demonstram-o), os Galaicos finalmente sucumbiram à conquista romana de maneira drástica, de acordo com histórias como a de Monte Medúlio, uma das últimas fortificações celtas.

E embora nem todos os celtas galaicos tenham desaparecido e muitos tenham se misturado aos romanos, outros permaneceram isolados, fugindo do domínio romano e aumentando as lendas dos "mouros". Mouros e mouras eram seres pagãos que viviam escondidos em cavernas ou sob o solo. Mas, além disso, existiram outros seres como trasnos, dianhos, bruxas e meigas, que hoje fazem parte da mitologia galega.

Os romanos estabeleceram-se por sete séculos na Gallaecia, onde exploraram os seus recursos auríferos e de água quente e deixaram uma infinidade de obras de engenharia (muralhas, acampamentos, vilas, banhos, pontes, aquedutos, templos, minas ...), especialmente na cidade de Lugo, que foi durante algum tempo a capital desta província romana. Nesta cidade, o festival de interesse cultural Arde Lucus é comemorado todos os anos, onde todos se disfarçam de romanos ou de galaicos.

É importante notar que esses romanos se estabeleceram em muitos dos antigos castros ocupados polos galaicos e os romanizaram, ou seja, modificarom as suas construçoes e aumentarom as populações adaptando-os ao modo de vida de acordo com a arquitetura urbana romana. Porém, a romanizaçom na Galiza nom foi tam patente como em outras áreas da Hispânia.

Um importante imperador romano chamado Magno Clemente Máximo, nasceu na Gallaecia.


Muralla de Lugo
Muralha romana de Lugo



Séculos depois, outras tribos da Europa Central estabeleceram-se nessas terras. Os povos germânicos, especificamente suevos primeiro e visigodos depois. 

Os suevos eram um povo de cultura celta, originário da regiom histórica da Suábia (no sudoeste da Alemanha), território geograficamente muito semelhante ao galego, por isso se adaptaram rapidamente. E quando eles ocupárom no poder no século V, fundárom na Galiza o primeiro reino medieval da Europa. Foi o primeiro reino a se separar do Império Romano e o primeiro a cunhar sua própria moeda.

O Reino Suevo incluía a extensom da Gallaecia romana e parte da Lusitania (o conventus Scalabitanus), embora tivesse influência em mais territórios. Estabeleceram a capital em Braga, convertidos ao cristianismo, criaram divisões administrativas por paróquias, fortaleceram o poder eclesiástico e deixaram vestígios artísticos.

Nesta era suevo-cristã, havia uma sociedade galaico-romana na qual a história de Prisciliano era fundamental, um bispo com idéias reformistas, acusado de heresia e executado pela Igreja antes da chegada dos suevos.

priscilianismo, entom, era uma corrente que continuava a ter centenas de seguidores na era do domínio suevo na Galécia. Tanto que, depois de ser executado como herege, diz-se que seus restos mortais foram levados num barco de pedra para a sua terra natal e, uma vez lá, foram enterrados e um eremitério foi construído num campo estelar, uma história idêntica àquela da descoberta da tumba do apóstolo Santiago.

Ou seja, existe a possibilidade de que os restos do apóstolo nom sejam enterrados na Catedral de Santiago, senom os de Prisciliano, mas que a Igreja, por medo do aumento do priscilianismo, reescreveu a história apagando as suas pegadas. Ainda assim, ainda havia seguidores de Prisciliano após a sua morte, e muitos fizeram a peregrinaçom ao seu túmulo.

Enquanto isso, na diocese de Braga, Sam Martinho de Dumio desempenhou um papel de liderança na tarefa de cristianizaçom da Galécia, que pode ser considerado o homônimo de Sam Patrício na Irlanda.

Além disso, desde o século VI o bispado de Bretonha foi estabelecido no norte da Gallaecia (hoje Galiza e Astúrias). Este território era habitado por bretões (de origem celta) que escaparam dos povos germânicos (anglos saxões) que sitiaram a Grã-Bretanha e a Armórica (Bretanha).

Neste bispado da Bretonha, o bispo Maeloc desempenhou um papel proeminente, num modelo religioso do cristianismo celta.

Reino Suevo Galicia
No machine-readable source provided. Own work assumed (based on copyright claims)., CC BY 2.5
Límites do Reino Suevo, da Gallaecia Romana e localizaçom da Bretonha




Finalmente, o Reino Suevo da Galiza foi incorporado ao Reino Visigodo da Hispânia no século VII, mas continuou a preservar as suas entidades eclesiásticas e administrativas. Os visigodos eram um povo germânico oriental procedente das estepas da atual Romênia e Ucrânia, que com o colapso do Império Romano foram conquistando toda a Península Ibérica, um território geográfico semelhante ao seu. O rei godo Witiza estabeleceu sua residência na vila de Tui.